A crise que atinge o Estado e afeta a saúde pública gera reflexos alarmantes nas instituições que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na Região Central, cinco hospitais sofrem mais com a falta de repasses. Em Júlio de Castilhos, São Pedro do Sul e Rosário do Sul, serviços já foram interrompidos. Em Faxinal do Soturno e em São Gabriel, o atendimento ainda não foi afetado, mas, se os recursos não vierem, também pode haver interrupções.
Em série de reportagens, veja como está a situação da saúde pública em Santa Maria e na região
Em Santa Maria, a situação também é complicada e foi detalhada em uma reportagem publicada na edição do último final de semana do Diário. A série SOS saúde apresenta os detalhes das cidades vizinhas que também sofrem com os poucos recursos. A próxima reportagem vai trazer a resposta do governo para o problema.
Três pessoas morrem em Santa Maria à espera de leito em UTI
Em Júlio de Castilhos, as cirurgias pediátricas foram canceladas, e oito funcionários já deixaram o Hospital Bernadina Salles de Barros. De acordo com o gerente administrativo, Leonardo Dalla Nora, haverá novo corte de funcionários.
Santa Maria vai entrar na justiça para obter recursos devidos pelo Estado
Para os próximos meses, não temos como pagar a folha. Se, nos próximos 45 dias, não for repassado nenhum recurso, todos os atendimentos ambulatoriais e internações pelo SUS deixarão de ser feitos lamenta Dalla Nora.
Casa de Saúde segue sem realizar partos
O atraso nos salários dos funcionários motivou uma assembleia da categoria na tarde de segunda-feira. Segundo o presidente do Sindicato da Saúde de Santa Maria e Região, José João Geremias, se os 70% dos salários referente a junho não forem pagos até dia 24, os funcionários irão parar as atividades.
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Os trabalhadores precisam receber. Isso daqui é a fonte deles. Se não tiver os salários, eles irão entrar em greve.
Apesar da superlotação, Husm é o único hospital que está fazendo partos pelo SUS
A situação assusta Olivia Cordeiro dos Santos, 58 anos. A agricultora está acompanhando a vizinha, Carmelinda Mouro, 80 anos, que a cada dois dias precisa de internação para tratar as crises de bronquite:
Se parar (o atendimento), onde vão colocar as pessoas? É o nosso único hospital, não temos condições de pagar particular. Nem quero imaginar se não tiver isso daqui.
Em Faxinal do Soturno"